segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Metro na cabeça
Era parente, brimo, mas como já tinha tentado lhe passar a perna uma vez, de forma escrachada, situação que o fez sair atrás do outro com um metro daqueles de madeira, pronto para abrir-lhe a cabeça, achou melhor recomendar toda a família para o perigo. O outro tinha olhar hipnotizador. Tanto que, contava, ele era capaz de roubar a carteira, tirar todo o dinheiro e e ainda receber agradecimentos da vítima pelo que fez.Enquanto falava isso, durante tempos, o que hipnotizava foi aumentando a fortuna - e o dinheiro dele, minguando, já que, para muitos, a sua honestidade tinha um componente fatal: as patas dos cavalos e o pano verde do jogo de carteado. Ambos passaram dos noventa anos e partiram. O desonesto deixou fortuna material. O honesto uma muito maior, tão grande que quem ouve a história através da recordação emocionada de um dos seus seis filhos, fica na torcida para que o tempo regrida - querendo que o metro de madeira rache a cabeça do sacana.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário