sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

No camburão

Acordou com a luz do sol repartida em dezenas de furinhos. Não sabia onde estava. Lembrava apenas de um caubói que virou no bar metido a intelectual besta. Tinha perdido a conta de quantos velhos jacks tinha tomado. O local onde estava parecia uma caixa de metal. Meteu o pé numa lateral e começou a gritar. Abriram uma porta. Era a traseira de um camburão da Polícia Civil estacionado no pátio da delegacia. Ele estava todo mijado e vomitado. O tira o encaminhou ao plantonista. Ele foi cambaleando. Ouviu um sermão com o pastor policial olhando a documentação que revelava profissão de respeito. Ele perguntou como tinha ido parar na gaiola. Soube então que pegou um táxi, não deu o endereço para onde queria ir e ficou pentelhando o motorista - até que este o entregou na delegacia. Ele foi embora sem ter sentido um mínimo de vergonha. Tomou um banho, colocou roupa nova, trabalhou o resto do dia e, à noite, pediu uma dose dupla de Jack Daniels para rebater.

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