Acordou com o poste na sua cara. A pancada do carro que dirigia abriu avenidas. Era madrugada. Desmaiou e ao “voltar” estava na maca de um pronto-socorro cercado de estudantes de medicina. Xingou a todos. Foi liberado com vários pontos no rosto e cabeça. À noite bateu cartão no boteco sórdido de sempre. Lembrou disso anos depois que o milagre aconteceu. Agora adora as centenas de garrafas com líquidos de várias cores e dosagens de álcool das prateleiras que percorre no supermercado. Sai do corredor, entra em outro e escolhe a garrafa de vidro de água com gás, com preferência para marcas europeias. Bebe em copo ou taça de cristal. Diz que fica mais louco – e muitos amigos dos tempos de bebedeira concordam. Só lamenta o desaparecimento do refrigerante Grapette, o único que se disporia a tomar, por conta de lembranças do tempo de criança em praias cariocas. Brinca dizendo que, se um dia tomar Fanta Uva, vão ter de chamar o serviço de remoções – e se misturar com gasosa de framboesa…
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