quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Costeleta que avoa

O avô foi o responsável. Porque falou que voou de "Costeleta". O menino ficou sem entender porque o pai usava costeleta, dos dois lados do rosto - e o avô, não. Mais tarde se apaixonou pela Panair, sentimento que aumentou muito nas asas da voz de Milton Nascimento. Com a empresa revelou-se o Constallation, o rei dos ares antes da era a jato. A seleção brasileira campeã mundial em 1958 voou nele como canarinho. Ele então sonhou em bater asas com os quatro motores e hélices a toda. E pensou nas lindas aeromoças desfilando no corredor e pilotos infalíveis de quepe e impecáveis uniformes. Quando se deu conta, o avião tinha sumido no tempo. Até que o encontrou numa vitrine em loja de aeroporto. Não era da Panair, mas da Real. Comprou. Deixou num lugar de destaque no escritório. Um dia um garoto de cinco anos entrou ali e se encantou com o brinquedo. O dono disse: este é o famoso "Costeleta". O piá olhou sem entender. Mesmo porque hoje pouca gente deixa isso no rosto.

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