terça-feira, 22 de setembro de 2015
Capítulo final
Não quero uma casa no campo. Quero o campo na minha casa. Que ele seja do tamanho do que resta da floresta amazônica e que meu vizinho mais próximo esteja a milhares de quilômetros. Não suporto mais seres humanos, a começar por mim mesmo, este poço de certezas das dúvidas. Me disseram que era uma aventura, mas qual? O resumo já foi dito e não se foge disso: nascer, foder, morrer. O menino dentro do ônibus abandonado no meio do nada, morrendo e olhando para o céu, naquela história real onde ele foi procurar o que não existe, esse também é um resumo. Filmaram - e aí já virou merda vendida por Hollywood. Tudo é engolido e expelido pelo grande ânus. Lembram-se da geração paz e amor? Até hoje se fatura em cima dos incautos. E quem ganha é o que? Ah, os ricos se divertem mais, enquanto os pobres não conseguem nem pensar e muito menos sair dando tiros e furando e massacrando porque é isso aí mesmo. Minha casa no campo... onde não vou compor nem escrever, nem fazer porra nenhuma. Espero a invasão dos bichos para servir de alimento. Pelo menos serei útil no capítulo final.
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