segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Pântano traiçoeiro
Vi o menino brilhando. Ele tinha aquela energia natural de quem pode transmiti-la. Para o bem. E isso porque conhecia o outro lado, o do pântano, o da perdição, o inferno na carne e na mente viciada. Um dia, na periferia da cidade grande, num colégio cercado de grades, fiquei olhando ele falar sobre os caminhos perigosos, a tentação da salvação que acaba virando pelo avesso - e aqueles meninos e meninas olhavam o garoto bonito e de palavras arredondadas como se estivessem diante de um astro da televisão. Que bom! Depois segui meu caminho e ele o dele, mas sempre aparecendo uma notícia ou outra nos jornais, afinal, seu trabalho rendia isso. Até que soube: escorregou na própria trajetória, esqueceu que o pântano está dentro de quem esteve nele e que, se não se cuidar, é tragado de novo. Fiquei muito triste, mas sabendo que o sol pode brilhar novamente, mesmo porque também está dentro da gente.
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