segunda-feira, 30 de junho de 2014
16 de julho de 1950
Todos estávamos lá. E o silêncio ficou para sempre no coração de quem nasceu aqui, ou no Chui, só para rimar. Porque um time que tem Zizinho não perde nunca, ele ídolo do futuro Rei Pelé. Eu não tinha nascido, mas quando abriram a barriga da mãe, cortaram o cordão e abri os olhos, vi o silêncio do Maracanã naquela tarde de domingo. Um dia sem sol na cidade maravilhosa. Um dia negro a ser carregado para sempre. Um dia que se iluminou fugazmente com o gol de Friaça - e foi se apagando com Schiaffino e se atormentando com o chute de Ghiggia. Foi ali que Barbosa, o grande, morreu. E vi, quando abri os olhos alguns anos depois, que o disco do Maracanã levitou depois do apito final e, no céu do Rio de Janeiro, se fragmentou em milhões de setas venenosas que sempre estarão no ar sobre o país. Esperando o novo brasileiro nascer para inocular a dor daquela derrota e, assim, batizá-lo com uma grande lição de vida.
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