terça-feira, 31 de março de 2015
O sorvete é...
Enfiou a língua no bola do sorvete e olhou para o céu. A lua começou a derreter e a boca se encheu de poeira. Lunar? Não acreditava na descida do homem lá, porque tudo tinha sido feito num estúdio escondido num deserto. Talvez até atrás daquela montanha do Contatos Imediatos do Terceiro Grau. Spielberg já filmava? Olhou de novo. Um foguete entrou no olho da lua e o sorvete agora parecia o globo terrestre esperando o Grande Ditador para brincar. Algo estava acontecendo e ele tentou rememorar. Foi a buchada de bode, pensou. Ou a meia garrafa de Pitu, calibrada com doses de Jurubeba. O Expresso 222 parou perto e ele quis seguir a Procissão. Olha a faca! Prepare o seu coração, pras coisas que eu vou contar, eu venho lá do sertão... O Fino da Bossa agora está no palco do céu, mas João Gilberto ainda faz dim-dom. Ele achou que era hora de dormir. Guardou o sorvete no bolso da camisa e mandou um beijo para São Jorge Benjor.
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