terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
O angu e a água
Duas grandes frustrações que me deixaram em crise profunda, dessas de marcar consulta extra com a equipe de consertadores de cabeça. Uma foi recente, depois de ser fritado na calçada da Praça Mauá vendo aquele Museu do Amanhã que a Rede Globo vendeu colocando em toda programação um pano que flutuava por causa de um ventinho embaixo. O envólucro é bonito, mas vi um peixei engolindo gente pela frente e expelindo por trás, em forma de povo, direto para a Ilha Fiscal. Fui ali por causa do Angu do Gomes, que tem mais de meio século de tradição, desde o tempo que o Gomes o inventou e servia no tabuleiro para quem não tinha muito dinheiro para comer no Centro Velho quando a cidade era a capital federal. Não experimentei o tal angu porque angu maior estava o trânsito e tinha compromisso do outro lado do túnel, aquele que leva àquela parte onde os ricos não saem, apesar do noticiário diário de tiroteio, mortes, etc - uma sacada ótima da rede para que forasteiros não se entusiasmem em atrapalhar a vida deles, aquela, do esssscorrega pra dentro. Passei vários dias sem sair do quarto, mesmo porque lá fora o inferno não tinha controle remoto para ligar o ar condicionado. Aí lembrei da água e do bar só com 500 tipos deste produto que existe em Paris e que não me levaram quando passei por lá. Como só falo le pescoço, como Didi Mocó, não arrisquei ir sozinho. Mas o angu e o boteco estão lá, me esperando. O psiquiatra torce para mais uma frustração. Assim fatura mais uns trocos.
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