terça-feira, 22 de março de 2016
Ayahuasca
Tomei o chá e fiquei me olhando. De fora pra dentro e de dentro pra fora. Ayahuasca. Entrei no ritual por curiosidade. Logo que bebi o líquido, parecido com suco de goiaba, mas com um gosto que dá vontade de vomitar, o que pareceu foi como estar na nave de 2001, Uma Odisseia no Espaço, viajando pelo universo e as luzes riscando tudo e indicando uma velocidade espantosa. Eu ia, mas... para onde? Havia música na sala - o melhor do que já foi produzido no Nordeste. Sanfona, zabumba e triângulo como trilha sonora de uma loucura que não metia medo. Antes daquilo, as drogas alucinógenas estavam fora do cardápio, mesmo porque já tinha visto um amigo não retornar por causa de um ácido. Ali, não, mesmo eu me vendo de cima (do teto?) e me achando do bem, iluminado, havia uma segurança inexplicável. Foi aí que o líder que estava na cabeceira de uma mesa fez algo incrível: com uma palavra, todos os que estavam na sala retornaram ao estado que chamamos de normal. Nunca mais esqueci. Nunca mais voltei lá.
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