terça-feira, 15 de março de 2016
Comida capitalista
O primeiro hamburger ninguém esquece. Saído do gueto da pobreza, naquele dia, adolescente, teve outra revelação: a vaca preta. Comeu, tomou e guardou a lembrança. Foi levado por um amigo que, pouco tempo depois, morreu afogado durante as férias escolares. Os dois faziam parte da seleção de voleibol do colégio e estavam no Centro da cidade grande para disputar uma partida válida pelo campeonato entre colégios públicos. Ali foi batizado pelo capitalismo gostoso e, anos mais tarde, transformou isso em algumas certezas. Por exemplo: a de nunca mais andar de ônibus e a de se hospedar apenas em hotéis de cinco estrelas em sua viagens a negócio ou turismo. Um dia descobriu que uma das empregadas tinha sentido a mesma coisa ao comer o primeiro hamburger da vida. Apesar das propagandas e de a comida ter virado febre de consumo do país há anos, ela disse que não conhecia a coisa. Então ele comprou várias caixas e deu de presente. No dia seguinte a mulher não apareceu. Ela e a família tinham ido para o pronto-socorro. Se intoxicaram de tanto comer. Ele, então, escondeu a a vaca pre
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