quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A escada e o cão

Tão bonitinho... Cinza. Pequeno. Tem umas manchas que podem significar velhice. Está ali há muitas décadas. No pé da escada de pedra da entrada principal da casa. Já teve a companhia de muitos outros animas. Gatos, principalmente - mas também cachorros, como ele. Muitos. Aquilo era uma festa espalhada no terreno enorme e por dentro de todos os cômodos. Coisas da dona do pedaço que, agora, velhinha, mas ainda agitada, dorme num quarto em local especial de repouso a muitos quilômetros dali. Não soube o nome. Apenas olhei, gostei e fiz foto - ele sempre posudo. Depois, quando mostrei a imagem para alguém que frequenta o local há muito tempo, a surpresa. Ele, o cachorro cinza, de focinho comprido, é um limpador de sola de sapato desde sempre. Corpo de metal resistente - uma chapa mais ou menos fina, aguentou e aguenta anos ali, no tempo. De vez em quando alguém o pinta. Da mesma cor, sempre. Os olhos, negros, alertas, apontados na direção do muro em frente, onde, num canteiro, há uma centena de antúrios. Vai ver que é por isso que resiste - e assim ganhou um eterno admirador.

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