terça-feira, 19 de julho de 2016

Templo

Guardei aquela folhinha. Faz muitos e muitos anos. Eu tinha acabado de pedir um bolinho de carne no boteco que era boteco, não essas imitações que só enganam os trouxas que pagam pela decoração retrô. Depois da primeira mordida, o molho de pimenta penetrando no interior do salgado, um gole de cerveja e... Estava ali, entre algumas garrafas empoeiradas. O templo, sem identificação, parecia todo feito em ouro. Pelo horário em que a foto foi feita, no final de uma tarde luminosa, só poderia mesmo hipnotizar. Chamei o dono do bar, pedi mais um bolinho, outra cerveja - e aquela imagem. Era antiga e, imaginei, não tinha ido para o lixo por causa da beleza. Guardei em casa no baú onde estão as coisas que marcaram minha retina. Outro dia tirei de lá. A parte de cima da foto estava rasgada, mas nada que comprometesse o templo. Olhei tudo com carinho, verifiquei se havia uma identificação. Não havia mesmo. Agora procuro na internet todos os monumentos indianos para ver se encontro este local de adoração. Se achar, assim que puder, vou pra lá. Porque assim é.

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