quarta-feira, 3 de agosto de 2016
No paraíso
Uma pequena enseada com areia fina e branquinha, uma montanha protegendo-a - e esta coberta por um manto de mata explodindo de verde. Olhei e pensei no quanto tinha esperado pelo momento. Viajei anos, comi o pão que o diabo amassou, sobrevivi a tudo, inclusive tentativa de assassinato. Fui atrás porque a cidade grande caiu sobre minha alma num dia em que acordei e vi que não havia cor no céu. Sem família, sobrevivendo de um trabalho escravo que me esgotava os nervos e rendia apenas para a comida mínima e o aluguel da pensão, o que poderia me impedir? Família eu não conhecia desde que nasci. Fui e, agora, estou aqui, num canto desconhecido do Brasil. Sentei e depois deixei meu corpo cair na areia. Ouvia só o barulho do mar e o canto de alguns pássaros. De repente me cutucam. Era um sujeito estranho, de óculos escuros e chapéu de abas largas. Ele pediu para que eu me retirasse dali. Isso mesmo! Nem perguntei por quê. Ele avisou que a praia tinha sido alugada para que gravassem um comercial de cerveja. Saí correndo. Agora não sei mais para onde ir.
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