terça-feira, 9 de agosto de 2016
Miau
Sou do tempo do seja o que deus quiser ou, num melhor tradução, foda-se o mundo porque não me chamo raimundo. Quando descobri que o mundo tinha um acelerador só pra mim, pisei até o fim – e dá-lhe postes pela frente para desviar ou se esborrachar. Podia sair da casa dos pais com mochila nas costas e cantando Sá, Rodrix e Guarabira. A outra opção era casando. Fiz a mais tresloucada. Com pouco mais de vinte anos já era pai, depois vieram mais dois filhos e nunca os avós receberam um pedido de socorro, mesmo porque não concordavam com a primeira patuscada e eram pobres. Vida que segue. Hoje todos as crianças são adultas e, como diziam antigamente, com orgulho, formados. Mas… cadê meus netos? Essa moçada parece encruada. Sabem tudo de internet e o caralho a quatro, agora caçam pokemons e eu pergunto se dá para fritar o bicho pra gente comer. Eles riem na minha cara, porque sou um velho dinossauro. A que teria mais chances de me dar o “filho com açúcar”, a mais nova, não sei porque cargas d’água é a mais equilibrada e ajuizada da tropa. E o que ela fez? Cria duas gatinhas que eu já chamo de netas. Miau!
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