segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Hora de morrer

Vou morrer. Olhei no fundo do cano do revólver apontado na minha direção a menos de cinco metros. Ao lado, a cabeça da bala do trezoitão que iria me matar quando o sujeito apertasse o gatilho e o tambor girasse. Por que tinha feito aquela bobagem de encrencar com bandido de vila? A festa estava mais ou menos, o vagabundo escasquetou que eu tinha olhado para a mina dele. Eu não tinha olhado nem para outra que estava perto - e era mais bonita. Vi isso de soslaio. Não gosto de treta. Mas aí ele veio pra cima e eu peitei. Ele se afastou e tirou o berro que estava atrás, enganchado no cinto. Parei. Ele parou e apertou o gatilho. Não houve explosão. Não houve nada. Pularam em cima do marginal e eu saí correndo alucinadamente. O coração na boca. Ainda bem que até as balas no Brasil não funcionam.

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