quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Nossa Senhora Aparecida
Nas águas barrentas mergulhou. Mas isso foi depois de muitas pesquisas, que lhe tomaram anos e anos da vida. Encanou. Era o termo que usava fora do convívio da igreja, onde foi coroinha dedicado. A santa um dia apareceu em sua vida. Lembra apenas do deslumbramento pela cor da pele. Negra. E do manto. Azul com bordados dourados. Foi na primeira excursão à velha catedral. Depois construíram uma gigantesca, mas ele sempre foi rezar na antiga. O local do mergulho foi determinado por computador. Entrou na água exatamente onde ele mesmo determinou que ali a santa tinha sido encontrada. Quase não via nada. Foi até a lama do fundo e ficou a observar, apesar da correnteza forte do rio. Algo cintilou. Não se perguntou como. Esticou o braço, enfiou a mão e tirou aquilo que não conseguia distinguir. Subiu. Entrou no barco. Colocou o que trouxe dentro de um aquário. Trocou a água duas, três vezes. A lama dissipou. Achou uma aliança. Era de ouro. Tinha algo escrito por dentro. Leu: "Protegido". A achado coube em um de seus dedos. Ele então descansou de tudo.
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