quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Olho partido
Caiu. Viajou metade do mundo desde uma ilha linda para, num descuido, despencar direto no piso de cerâmica. Olho Grego partido. Ele juntou as duas partes e viu que, bem colado, só apareceria uma reentrância. Lasquinha que sumiu. Alguém falou que isso dava azar. Por isso mesmo resolveu não colar. Ficou esperando. Azar como, se já era um azarado na vida? Talvez a coisa invertesse, no seu caso. O telefone tocou. Era um parente pedindo dinheiro emprestado. Pouca coisa. Ele não sabia dizer não. Enviou para a conta. No outro dia outro telefonema da mesma pessoa. Ia pagar e dar um presente. Muito dinheiro. Tinha ido ao cassino clandestino com o empréstimo. Quebrou a banca. O olho partido estava ali ao lado. Ele agradeceu. Jura que o viu piscar. Achou que estava delirando. A campainha toca. Achou que era mais mais novidade boa. Abriu a porta e só viu um vulto. Era a morte.
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