quarta-feira, 27 de maio de 2015

Perseguição à Diamba

O Fusca passou no sentido contrário e deu para ver que os dois ocupantes fumavam um baseado. Maconha!! Os do Fusca do lado de cá arregalaram os olhos. Um deles colocou a mão na cintura, sentiu o 38 que surrupiara do pai e ordenou ao outro: vamos atrás para dar uma geral. A manobra a seguir foi arriscada, mas eles saíram em disparada. Na perseguição combinaram: dariam um susto, pegariam a mercadoria e, depois, na ampla sala da casa do que estava dirigindo, fumariam tranquilamente enquanto na vitrola mais uma vez o disco da vaca ou do prisma os levaria para a viagem sonora. Numa vacilada perderam de vista o carro perseguido. Frustrados, foram para a mansão e não ouviram disco nenhum, mesmo porque estavam sem bagulho algum para o ritual. Enquanto isso, não muito longe dali, no outro carro, os dois riam do que acontecera. Pelo retrovisor viram que estavam sendo perseguidos, mas a cara dos dois guris não inspirava receio. Acharam que não eram policiais - e se fossem, concordaram, o tiroteio ia ser cinematográfico. Estavam armados com duas calibre 12 de repetição entupidas de balas. Era preciso tal arsenal, afinal, a missão era proteger a carga de alguns quilos da diamba que tinham de entregar naquela noite.

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