quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Zé Tom

Toquei a campainha. O Zé abriu e eu vi o Tom. Todos. Porque ele sempre foi assim. Pega tudo, desde o sotaque do Cabral até o zunido do computador. Passa pelo batuque do saravá, índios marcando o compasso no terreiro da taba, samba, rock, smetack, jackson, aquele. O gravador ligado e uma torrente de informações impregnando a fita cassete. Existe rock brasileiro era o mote. Naquela sala de um apartamento simples saiu toda uma enciclopédia de vida musical como o próprio. O Zé do Tom. Quarenta anos depois ói ele mais Zé do que Tom, porque alucinadamente brasileiro. E manda tomar no toba quem renega o forró em Limoeiro, o som das máquinas e o olhar brasileiro de quem mostra as costelas, com olhar esbugalhado na frente do mar e recebendo nas costas toda a energia. Aquela. Que tomou conta quando ele abriu a porta, deixou entrar e sair. Tom Zé.

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