segunda-feira, 24 de junho de 2013

Banho frio

No frio toma-se banho gelado. O melhor é encher uma banheira com água fria, colocar muitas pedras de gelo, entrar, fechar os olhos e sentir. Fiz isso uma vez e depois fui dar uma volta nas ruas do bairro. Estava chovendo, como hoje. Ninguém entendia meu traje bermuda/camiseta regata/sandália de dedo. Cantei Erasmo pode vir quente. Estava fervendo e tão ligado quanto no tempo do festival de Águas Claras, quando conheci a cannabis e o brilho, não necessariamente nessa ordem, mas os dois juntos. Um tapa e um tiro. Um tiro e um tapa. Andei muito de lá pra cá. Ando agora como se os cubos de gelo estivessem circulando no meu sangue e isso me fizesse correr para derretê-los. As cores não são mais cinzas. São vivas como as pessoas cuja aura enxergo. E elas devem estar vendo alguma coisa em mim, porque sorriem - ou riem quando colocam os olhos sobre o meu corpo. Olho para baixo. O passarinho está pra fora. Ou melhor, o que restou dele. Um bico murcho. Preciso de um banho quente.

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