quinta-feira, 13 de junho de 2013
Um osso e uma odisseia
Oito mil horas depois em viagens no divã no analista e a constatação de que se pode ir ao inferno, ao céu, ao nirvana, às catacumbas, ao pântano - e sempre volta-se ao ponto, melhor, dois pontos: pai e mãe. Mata-se deus com facilidade. Jamais se mata pai e mãe, mesmo que se faça isso fisicamente. Até quando o filho da puta é ausente total, ou seja, não se conhece, não se sabe quem é, ele está lá dentro a nos cortar. Os meus foram fáceis de carregar, mesmo porque as tentativas de suicídio foram resultados de um olhar completamente deturpado que tive. Escapei. Me abençoei. Agradeci. Mas fiquei pensando no que eles pensavam dos pais deles, meus avós - e estes dos pais deles, meus bisavós, e assim sucessivamente. Aí revi "2001 Uma Odisseia no Espaço" e acho que aquele osso a esmigalhar tudo e depois lançado para o futuro, que é nave espacial, estava firme na mão daquele de quem herdei o mistério.
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