terça-feira, 13 de agosto de 2013
Duas rodas na estrada
A luz verde nunca foi a dos semáforos. A luz verde sempre foi aquela do painel a acender toda vez que virava a chave da ignição. O botãozinho a ligar tudo para, em dois tempos, subir no lombo da interminável serpente cinza de asfalto. Com e sem destino. O corpo franzino recebendo o espírito dos Hells na estrada. Mas ele sozinho, furando vento, neblina, chuva, coxas amando o tanque azul, mão direita acelerando o coração para fugir das trevas da mesmice. Viu o lobo da estepe cantar um dia e se encantou. Derrubou muros, portões, todos de verdade, mas os principais estavam querendo cercar para sempre a alma. Foram-se, assim como milhares de quilômetros a descortinar paisagens da vida real, pulsantes, com cheiro e a cor que só os olhos do espírito conseguem fotografar e guardar para sempre no álbum das lembranças. Duas rodas. Vivas. A girar para que o piloto ligado respire e não pire.
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