terça-feira, 6 de agosto de 2013

Sim

Sim. Gravou no Panasonic de teclas e fita cassete. Não era um sim. Eram muitos. Durante os 60 minutos disse sim para a máquina. Tirou a fita. Colocou a fita. Aperte o play, sua cuca mandou. Sim. Deitou e ficou ouvindo e olhando para o teto no quarto pequeno. Tinha outra cama ao lado. No meio, uma pequena escrivaninha. No teto, uma foto de Hendrix flutuava como um verdadeiro anjo. Sim. Na parede acima da escrivaninha, onde um rádio do tempo do onça sempre tocava a voz de Ferreira Martins no Programa da Tarde, um desenho de Alan Voss que mostrava a cena de um minotauro cavalgando sexualmente uma freira. Sim. Sim. Sim. Sim. Aquilo era como uma sinfonia mais importante que toda obra de Beethoven. O problema era quando ele desligava a máquina. O não aparecia. E ele estava dentro.

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