terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Labuta, puta, labuta
Ouviu que o pai estava na labuta e nunca mais esqueceu. Jamais procurou o significado porque tinha medo do que poderia aparecer. Ao mesmo tempo ouviu o xingamento de puta. Isso ele imaginava o que era. Labuta. Puta. Tinha quatro anos e a labuta da puta virou uma frase na alma do menino. Ele guardou no cofre, trancou e jogou a chave num bueiro que poucos conheciam. Até o dia em que, adulto, tomou um porre e foi levado por amigos a um puteiro de beira de estrada, luz vermelha a iluminar a porta de entrada. Viu uma linda morena e foi deitar com ela. Deitar, porque era totalmente virgem por timidez e cagaço. Acordou com ela ao lado fazendo cafuné. Não era tão linda, mas carinhosa. Perguntou as horas, a manhã de sábado explodia um sol lá fora. Fizeram alguma coisa? quis saber. Ela disse que não. Contou que passou a noite no salão, e que teve vários clientes que levava a um outro quarto enquanto ele dormia. Era a labuta. Da puta.
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