segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

No mar, com perebas

Esperava por uma ano inteiro a excursão para o litoral. Destino de sempre: praia do Zé Menino. Iam de ônibus de linha, sempre com seo Ozório dirigindo, ele marido da mãe de santo que resolvia o que ninguém conseguia resolver na vila. Na semana que antecedeu a longa viagem de 100 kms até o mar, a catapora estourou no menino e, ao mesmo tempo que as perebas iam estourando pelo corpo, chegou-se à conclusão de que ele não poderia viajar. Ficou mais doente, caído. Zarolhou e se recusava a comer. Sua reação deu certo. Teve gente que achou até que a água salgada poderia fazer bem. Pela estrada velha de Santos foi todo feliz - e na janela! Se trocou numa daquelas cabines que pareciam casinhas de uma porta só. Colocou o calção de pano com cordão branco amarrado quase no peito. Passou o dia todo dentro da água. Só saiu para comer uma coxa de frango e tomar guaraná. Subiu a serra dormindo. Na semana seguinte as perebas cobriam todo o seu corpo. Achavam que tinha virado um peixe daqueles bem escamosos. Mas o sorriso era o dos viram a sereia flutuando sobre a linha do mar.

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