Esta vida, não se iluda,
É uma casa alugada.
Haverá um dia em que
Não poderemos pagá-la
E seremos despejados.
Antes, outros perderão
O direito de habitá-la.
Aquele que vive no quarto
Com medo do desfecho
E quem, corajosamente,
Armou sua cama na sala
- todos irão do mesmo jeito.
Este senhorio é implacável.
Um dia não poderemos pagá-lo
E então nos expulsará deste berço
E passaremos a noite ao léu
- fantasma que nada tem de seu,
corpo, roupas ou endereço.
Um dia nos livraremos do aluguel.
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