quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Terror e horror
Entrou pelos fundos na Casa dos Mil Mortos. Era mais aterrorizante do que no filme de Robb Zombie. Tinha mais de mil defuntos, mas por fora era um cemitério que a fotografia poderia até adornar a parede de um hall de hotel de luxo. Muros imaculadamente brancos, árvores frondosas, placas nos gramados. Entrou ali porque queria levar o metal onde estavam os nomes. Noite de breu. Algumas luzes ao longe denunciavam uma pequena cidade na beira do morro. No alto, ele sabia, havia um Cristo que poderia estar vendo a profanação, mas ele não via o Cristo - e isso era o que importava. Na primeira placa que tirou, dois olhos azuis o fitaram. Ele não conseguiu gritar, mas correu como se estivesse sendo perseguido pelo cão por dentro do mato. Sentiu terror. Sentiu horror. E convenceu-se que eles são de morte.
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