quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
De capacete
Colocou o capacete, fez uma pose para a câmera e, depois do clique, distribuiu a foto na rede. De vez em quando olhava e se sentia o máximo. Não sabia que aquilo tinha deflagrado uma operação silenciosa de busca de dados sobre sua pessoa, levantamento da ficha de todos os familiares mais próximos, etc. Era mais um nome entre milhares num dos mais poderosos e eficientes serviços secretos do mundo. Ele continuava rindo com cara de bobo e, do outro lado dos seus telefones, grampeados, estavam agentes que viam aquele símbolo na testa do capacete com o ódio de gerações. A pesquisa e a campana durou anos, até que chegaram à conclusão de que aquele primeiro informe visual não levava a nada. O artista que colocou o capacete alemão na cabeça com o símbolo do exército e uma suástica no meio era apenas mais um idiota que não sabia o que estava fazendo. Então, apagaram tudo, ou seja, o alvo ficou do tamanho que sempre foi.
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