segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Não

Não. Fim de papo. Não tem conversa. Fechado pra balanço. Nem vem que não tem. Se insistir, dou um coice e pico a mula. Essa merda de vida é assim. Estou naqueles dias. Vai encarar? Me deixe em paz no meu canto. Este, onde estou largado no mundo, sozinho com os erros, as culpas. Eu pedi para nascer. Meus pais não têm nada com isso. O problema foi depois. Ou na hora. Me arrancaram a fórceps. Comprimiram minha cabeça. Quase afundaram a moleira. Fiquei com isso lá dentro. O que é isso? De vez em quando me inunda a desesperança no ser humano. Eu, claro. O proscrito, o bandido, o fora da lei - como na canção. Que puta que pariu esse mundo? Um sorriso de vez em quando e um mar de lágrimas de sangue. Não. Fim de papo. Me procure quando me olhar e ver um sim.

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