quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Não vivo sem!

Foi numa curva da Transamazônica que me toquei. Estava viajando há algum tempo, sozinho, no jipão 4x4 - e nada da musiquinha tocar. Aquela que escolhi quando comprei o tal numa loja de shopping bacana. Encostei e revirei tudo. Nada. Comecei a ficar agoniado. O que seria de mim sem ele? Ouvi um rugido estranho ali perto. Vinha de dentro do paredão verde da floresta. Tô nem aí. E se aparecer um bicho? Como vou fazer? A fissura aumentou tanto que comecei a delirar. Eu quero! Eu quero! Gritei tão alto que juro ter visto uma arara se espantar. Entrei no carro e pisei fundo. Quatro dias depois, sem comer, cheguei a uma cidade grande e tratei de voar de volta para casa. Esbaforido, abri a porta como quem abre a do paraíso. Achei a maquininha em cima da mesa. Bateria cheia. Apertei os botões. Não havia nenhuma ligação para mim. Nem recado. Nada. Mas meu telefone celular estava juntinho do meu corpo. Como é bom!

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