quinta-feira, 5 de maio de 2016

Galinhas

Ela jogou o milho para as galinhas e os pintinhos. O disparador da máquina foi acionado e registrou aquela cena eterna. No terreiro da casa do sítio, no final de uma tarde do passado onde está protegida a Senhorinha e seu vestido comprido e estampado. Achei a fotografia numa pasta esquecida no fundo de um armário. Estava amarelecida. Ficou mais bonita, mas a lembrança escorreu para mais longe, anos antes. Naquele mesmo espaço, menino, arremessei uma pedra a metros de distância e acertei o meio do corpo de uma galinha. Pedra pequena. Ela se assustou e tentou proteger ainda mais a ninhada.  Tentei chegar perto. Ela se enfureceu e veio em disparada na minha direção. Nunca corri tanto na vida. De repente, me puxaram para o alto. Era ela, a da foto do futuro, me tirando do perigo para marcar na vida do menino o que é ser avó.

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