segunda-feira, 23 de maio de 2016

Moleques

Gonzaguinha cantava "Moleque" na beira do lago - e dois perdidos na grama do parque procuravam a bagana que caiu. Havia polícia ali, mas ninguém incomodava ninguém - só o cheiro para os que, naquela época, eram rotulados como "caretas". O resto da chibaba não foi encontrado, mas os meninos estavam tão chapados que não sabiam que estavam chapados. Foram a uma lanchonete. Comeram o melhor hambúrguer do planeta. A larica era grande. Depois, na casa de um deles, colocaram a vaca do Pink Floyd na vitrola. Só então lembraram que tinham acabado de voltar de um show do filho do Lua. Desligaram o som e começaram a cantar:
Ah! Moleque se um dia eu te pego/ Erva daninha, estrepe/ De ripa, marmelo te esfrego/ Moleque vem cá moleque/ Moleque vem cá moleque... Não, não eu não vou lá/Vem me pegar, eu quero ver.
Aí apareceu o dono da casa. Olhou da porta do quarto, abriu um sorriso - e não pegou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário