terça-feira, 31 de maio de 2016

Lupicínio

Lupicínio não escreveria mais "ah, se soubessem o que sei". Esses moços não amam, não sofrem, não perdem, não dançam bolero, nem sabem o que é isso. Ficam por aí, feito animais onde até o cio é plastificado. Se encontram em telas, acham que sabem sobre política, abraçam o primeiro bandido de fala fácil e sabedoria enganadora. E vão atrás, para quebrar a cara do outro, para depredar, para invadir, arrebentar, pela democracia da ditadura dos idiotas. Um banco de praça não é mais local de encontro tímido. É ponto de tráfico, é arma, é fogo - e salve-se quem puder. Ouvi o próprio a cantar na minha vitrolinha portátil. Não saio mais de casa, perdi o encanto, sou um bicho velho quase ermitão. Sofri como o grande gaúcho da dor de cotovelo - e não me conformo com a ideologia da cotovelada como forma de afirmação. De que? Ainda bem que a hora da partida está chegando e não verei mais essas coisas todas. Esses moços, pobres moços, ah se soubessem o que sei...

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