quarta-feira, 22 de junho de 2016

Grampola

Chutei a lata, como fazia no tempo em que isso não era politicamente incorreto. Dela caiu um papelzinho dobrado. Peguei a lata, coloquei numa lixeira próxima. O papel foi para o bolso. Abri quando cheguei em casa, num dia em que, como dizia meu pai, tudo estava aquela graxa. Li: "Desajustado, caminhando sem rumo num mundo desconsertado, procurando quem dê jeito. Pode? Esqueceu? Esse só volta quando o pino da grampola fuder de vez!" Gostei do pino da grampola, porque o resto era uma ladainha que, de outras formas, ouvi desde que nasci em meados do século passado. Grampola. O que seria? Gosto de palavras sonoras. Essa me lembrou Grapette, aquela que quem bebe repete. Não achei a dita no gugol. Liguei para amigos. A explicação mais lógica foi de um que disse que tal palavra deve ser sinônimo de parafuzeta. Fui dormir satisfeito. Sonhei com o pino da grampola, mas não lembro como era. Fudeu.

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