terça-feira, 9 de julho de 2013

Caporal Amarelinho

A fórmula estava escrita dentro da embalagem antiga do maço de cigarro. Caporal Amarelinho. O nome como sinfonia. Ele guardava centenas de marcas. Lembrança do tempo em que saía em excursões procurando os tesouros pelas ruas. Às vezes um muito amassado não era possível salvar para a coleção. Mas hoje, velhinho, ele abriu o baú e foi rever suas relíquias. E esse ele fez questão de desdobrar. Estava lá o caminho, a passagem. Indicava que bastaria um só movimento, que ele fez imediatamente. Aí tudo se inverteu. E o passado se transformou em futuro. E ele começou a vivenciá-lo. A partir do momento em que achou aquele Caporal. Descobriu então que não era a mesma coisa. Não era mais criança. Não existia o encanto. Quis  desvirar tudo. Não pode. Ficou mais triste e sozinho. Fechou os olhos para não morrer.

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