terça-feira, 30 de julho de 2013

Poesia, futebol e crime

No tempo em que o inverno durava três meses, ele viu a menina nascer feito índia no meio da floresta de pedra, o Brasil ganhou jogo de Copa do Mundo e tudo isso o fez escrever e sair com amigos para comemorar. De madrugada estava lá num dos poucos bares abertos. Perto das putas, travestis, tiras, poetas, últimos românticos, desiludidos, iludidos, enfim, gente. De repente alguém abre a porta do boteco, que tinha música ao vivo com som do trompete sobressaindo, e oferece o jornal do dia. Manchetes de  futebol e crimes, onde o vermelho era o sangue da vida e da morte. Lá no meio, leu a própria poesia saudando o nascimento da terceira parte a perpetuar sua existência. Saiu dali tão feliz que não sentia mais o corpo. Parou na frente da catedral e então fez o sinal da cruz, como no tempo de criança.

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