quarta-feira, 31 de julho de 2013

O Rei na Vila

Ele está aí! Ele era o Rei. O Rei Roberto. Roberto Carlos. A notícia surgiu do nada e, como dizem, foi como rastilho de pólvora acesa em episódio do Rin Tin Tin. Fomos todos para a praça da matriz. Ali ia ser inaugurada uma loja de sapatos e era o carro de som que informava a surpresa. Só que o alto-falante não dizia quem seria o grande astro da Jovem Guarda. Nós, crianças, é que deduzimos. Nós, crianças, do bairro inteiro. O ajuntamento de meninos e meninas era quase uma multidão. Então alguém resolveu aumentar a comoção. Disse na orelha de um da nossa turma que o Rei já tinha chegado e estava escondido no colégio das freiras que ficava separad0 da igreja por uma rua, a principal do bairro. Fomos investigar, como se isso fosse possível, pois o muro tinha cinco metros de altura e o máximo que se podia enxergar lá dentro era através das frestas mínimas do portão de madeira. Nada! Fogos no céu da praça. A loja foi inaugurada. Não havia cantor, não havia nada. Todos começamos a conhecer ali o que é propaganda.

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