quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Balão

Veio balão como um disco voador. Pequeno, multicolorido, proibido. O céu estava azul sem nuvem, fim de tarde, névoa no horizonte. Descontrolado, caindo, se enroscou nos fios perto de um poste com luz. E ardeu nas chamas da tocha. Um pedaço ainda voou e caiu no gramado bem cuidado de uma casa. A bucha ardeu mais um pouco,enroscada num fio. Depois apagou. Um filete de fumaça subiu. A luz da rua se acendeu e iluminou uma fita amarela que veio pendurada e ali ficou. Fita amarela. Lembrou a canção. Lembrou choro. Lembrou vela. Lembrou Noel. E ela balançando ao sabor do vento, formando figuras, letras. Atravessou a noite e, no outro dia, escorreu no fio e ficou mais distante do poste. Um rajada mais forte e ela se partiu. Mas um pedaço ficou, a balançar feito bandeira fincada para comemorar um fato. O do balão caindo na tarde de domingo.

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