quarta-feira, 18 de setembro de 2013

voláteis

De Paulo Leminski

Anos andando no mato,
nunca vi um passarinho morto,
como vi um passarinho nato.

Onde acabam esses voos?
Dissolvem-se no ar, na brisa, no ato?
São solúveis em água ou em vinho?

Quem sabe, uma doença dos olhos
Ou serão eternos os passarinhos?

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